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Por que Terapia?

Por que Terapia?

Por que terapia?

Por: Rivane Montenegro

A busca por ajuda remete ao sinal de ‘fraqueza’ do indivíduo que esteja vivenciando as mais diversas dificuldades, entre elas os questionamentos em torno de situações de desconforto, angústia, tristeza, dentre outros. Pelo aspecto cultural sublinho a raiz histórica da competitividade que está presente nas relações sociais, profissionais, familiares e a maior de todas elas: o sentimento competitivo com nós mesmo, o qual apresentamos constantemente respostas prontas diante das intempéries do cotidiano. Logo, este ‘pedido de ajuda’ remete a algum sofrimento ou desconforto que estaria visível aos demais, cedendo ao outro o saber sobre nossas fragilidades, neste circuito podemos exemplificar os desabafos que são rotineiros ao nosso amigo ou familiar mais próximo, mas que trás a freqüente dúvida sobre um possível comentário a terceiros, e juízo de valor sobre o fato abordado, por se tratar de um amigo ou parente não existe parâmetros estabelecidos que os impeça de fazer comentários a respeito resultando em mal estar e aumento do sofrimento já instalado. Ressalto que tal situação é algo naturalizado, e que não ocorre de maneira intencional.

Quando se busca ‘ajuda’ psicológica, a relação é estabelecida inicialmente pela empatia estabelecida nesta relação, viabilizando o contrato terapêutico. Neste momento em que o indivíduo busca ajuda ao profissional, ele é único a apresentar seu contexto de vida (questionamento, angústia, sofrimento, etc), e seus relatos estarão em setting (lugar) terapêutico fundamentado no sigilo e ética. A disponibilidade, interesse e habilidade do psicólogo são essenciais para que o indivíduo se perceba acolhido neste processo, e assim facilitar a aliança terapêutica[1]. O processo terapêutico é de constante colaboração das partes, onde cada integrante possui tarefas específicas, mas com o objetivo em comum da redescoberta de caminhos favoráveis ao bem estar do indivíduo.  

O conhecimento aliado a prática do psicólogo fomenta a base estrutural de sua atuação. O conhecimento lhe proporciona ampla visão sobre teorias e a diversidade de aspectos de cada indivíduo, respeitando a particularidade das intervenções e uso de técnicas que se façam necessárias em cada consulta. A sessão terapêutica estimula ampliação da percepção do paciente através do que expressa e reflete, possibilitando clareza dos fatos e conseqüentemente de si mesmo. Este caminhar terá momentos de difícil enfrentamento pelo paciente em lidar com lembranças e fatos não resolvidos ou de agravamento dos sintomas que propiciou a busca de ajuda, cabe ao psicólogo, utilizando-se de manejo adequado, provocar a participação ativa do indivíduo que possui potencial, muitas vezes desconhecido, de sua capacidade de agenciar a dinâmica facilitadora das situações conflituosas que desequilibra sua real condição de ser.

Abordei sobre as possibilidades de ajuda diante às necessidades de cada indivíduo, e proponho uma reflexão de nossas ‘experiências’ e de como a terapia poderia ou poderá ser um suporte facilitador para você.

“O principal objetivo da terapia psicológica, não é transportar o paciente para um impossível estado de felicidade, mas sim ajudá-lo a adquirir firmeza e paciência diante do sofrimento. A vida acontece num equilíbrio entre a alegria e a dor. Quem não se arrisca para além da realidade jamais encontrará a verdade.”

Carl Gustav Jung

Obrigada por compartilhar o conteúdo e espero que possamos realizar trocas de ideias, práticas e experiências J


[1] Segundo Keidann; Dal Zot (2005) refere-se à capacidade de estabelecer uma relação de trabalho entre a dupla. Ocorre após o contrato e é à base do processo psicoterápico.

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