Psicodiagnóstico e o processo terapêutico.
Por: Rivane Montenegro
- O que é psicodiagnóstico?
Trata-se de um procedimento científico de investigação e intervenção clínica, limitada no tempo, que utiliza técnicas e/ou testes para avaliar características psicológicas do indivíduo visando diagnóstico. Somente o profissional da psicologia realiza aplicação dos testes psicológicos.
Este processo investigativo deve contribuir visando principalmente a função terapêutica que através da coleta e avaliação das informações sobre a história de vida do paciente o psicólogo terá ampla percepção sobre os sintomas apresentados e os fatores que possivelmente contribuíram para o quadro. Aplicabilidade da teoria e o manejo terapêutico são itens essenciais para acessibilidade aos conteúdos do indivíduo.
O psicodiagnóstico é realizado através de entrevistas que de acordo idade e condição do paciente ser composta pela escuta de familiares. Abordagem do psicólogo deve ser clara e atenta a fala e comportamento diante das questões apresentadas.
Um montante significativo de pacientes é encaminhado para avaliação por algum profissional da equipe de saúde, demandas escolares, jurídicas dentre outras, nesta situação é primordial que o relatório ou prontuário contenha avaliações e conclusões diagnósticas como facilitador para compreensão e celeridade no processo psicodiagnóstico. Avaliação criteriosa dos dados recebidos e a condução sob a luz da psicologia para que possa elencar os critérios mais indicados a este determinado paciente e que muitas vezes se faz imprescindível a discussão do caso clínico com demais profissionais que o atendem, para que seja traçado um plano terapêutico adequado ao seu contexto. Cabe ao psicólogo realizar diagnóstico das condições psíquicas do paciente.
- Objetivos do psicodiagnóstico:
a ) classificação (psicopatologia);
b ) descrição;
c ) diagnóstico diferencial;
d ) compreensão da dinâmica;
e ) prevenção;
f ) prognóstico (evolução do quadro e indicações de tratamento) e alguns casos
g ) perícia forense (avaliação por indicação judicial).
Discorremos sobre a conduta do paciente ‘direcionado’ ao psicólogo, logo este processo de busca não ocorreu voluntariamente, o que pode apresentar comportamento de difícil acesso, simulação de sentimentos, ausências e diversas impeditivos às entrevistas. O que difere amplamente do paciente que percebe a necessidade de avaliação diante do sofrimento instalado, estabelecendo nível de cooperação e vínculo terapêutico favorável ao psicodiagnóstico e possível continuidade no acompanhamento.
O processo investigativo possibilita ao indivíduo contato com sua história de vida, fazendo reviver ou conhecer situações às quais provocam a sua condição atual, e esta dinâmica vem acompanhada de satisfações e dissabores, e neste cenário o paciente estará sensível as suas experiências, tendo o psicólogo a responsabilidade de intervenção para orientação de acordo a demanda apresentada.
Ao responder questões ou relatar sobre episódios que vivenciamos nos deparamos com a ‘nossa escuta’, situação experimentada no processo terapêutico, e que se torna fator desencadeante ao desejo do acompanhamento psicológico.
“Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta.”
Carl Jung
Fonte bibliográfica:
Psicodiagnóstico / Organizadores, Claudio Simon Hutz … [et al.]. – Porto Alegre : Artmed, 2016. e-PUB. Editado como livro impresso em 2016. ISBN 978-85-8271-312-9 1.Psicologia – Psicodiagnóstico. I. Hutz, Claudio Simon.