Depressão, sinais e atenção.
Por: Rivane Montenegro
Depressão talvez seja o diagnóstico de transtorno mental mais presente e comumente discutido nas entre os mais diversos meios, porém, existe um limiar significativo entre sua abordagem e a percepção/compreensão dos sintomas pelo indivíduo.
A Organização Mundial de Saúde estimou em 2018, que em todo o mundo 300 milhões de pessoas sofressem com este distúrbio. Um número altamente significativo, sem considerarmos os pacientes não diagnosticados e a crescente constante neste período de isolamento social.
Por tratar-se de um transtorno de humor, as evidências deixadas pelo indivíduo pode ser compreendida como sendo parte de seu estado emocional que foi afetado por alguma situação que o deixou frustrado, irritado, abatido e algumas vezes sem vontade de viver.
Segundo BAPTISTA (1999a)i, aponta alguns fatores de risco da depressão:
- Histórico de depressão;
- Ser mulher;
- Viver em família disfuncional;
- Baixa educação dos pais;
- Grande número de eventos estressantes;
- Pouco suporte social;
- Baixa auto-estima;
- Problemas de saúde;
- Enfrentamento das situações reduzidas;
- Excessiva interdependência pessoal;
- Morte prematura de um dos pais;
- Fatores genéticos;
- Superproteção familiar na infância e adolescência, dentre outros.
LEWINSOHN et al (1994); HARRIS (2001); GONZALEZ, LEWINSOHN e CLARKE (1985), apontam também as variáveis psicossociais como fator de risco na depressão, tais como apresentando comportamentos prévios de depressão (melancolia, fadiga excessiva), tentativas de suicídio anteriores, sintomas físicos (algum tipo de doença), ansiedade, internalização de problemas, ter sofrido abuso sexual/físico/moral, conflitos constantes com os pais, viver em ambiente com altos índices de violência.
- A palavra depressão deriva do verbo latino deprimo, que singnifica “subjugar” e “reprimir”
A pessoa depressiva é atormentada pelo sentimento de culpa, e continuamente se auto-repreende, sempre preocupada em ‘voltar as boas’. Neste contexto sente-se subjugada pelo outro ou reprimindo o que desejaria expressar. Precisa da aprovação de suas ações pelo seu referencial, não sendo sujeito de suas ações e anseios.
Na prática, do atendimento psicológico aos portadores da depressão, manejamos técnicas que oscilam entre a elevação de sua estima e possíveis ideações suicidas ao processo de compreensão e adesão ao tratamento, assim como orientação aos familiares em relação aos cuidados que também necessitam.
Vivemos uma situação ainda mais favorável a instabilidade emocional, onde o afastamento da rotina e do convívio familiar/social agrava sua condição. Mais do que nunca devemos nos atentar aos sinais que apresentamos, e que não necessariamente apresentará diagnóstico de depressão, mas que diante da tensão causada pelo estresse do medo de contágio, poderá desencadear desordens psíquicas.
“É parte da cura o desejo de ser curado”
Sêneca
iSuicídio e Depressão. Makilim Nunes Baptista. Ed: Guanabara Koogan. 2004. Rio de Janeiro-RJ.