Quais os fatores variantes e não variantes na ideação suicida?
Por: Ana Isabel e Rivane Montenegro
A ideação suicida é extremamente complexa, podendo ser desencadeada por vários fatores internos e externos ao sujeito. Para que a atuação no sentido da sua prevenção seja eficaz é necessário identificar quais são esses fatores e saber também reconhecê-los. A categoria dos fatores de risco para o suicídio pode ser interpretada através de duas subcategorias: modificáveis e não modificáveis. As caraterísticas modificáveis consistem em fatores que podem ser modificados, seja através da ação do próprio sujeito ou da ajuda de alguém próximo a este. Por outro lado, as caraterísticas não modificáveis são elementos como a história de vida e/ou familiar do indivíduo, que como a própria designação indica, não podem ser alterados.
Com objetivo de divulgar os fatores acima citados listamos aqui alguns deles. Entre os fatores Não Modificáveis podemos considerar:
- Tentativa anterior de suicídio, com maior incidência em sujeitos com histórico familiar e genético;
- Portadores de transtorno psiquiátrico;
- Idade – é mais prevalente entre os 15 e os 30 anos de idade e nos idosos (quarta maior causa de morte a nível mundial entre os jovens)¹;
- Homens apresentaram um risco 3,8 vezes maior de morte por suicídio que mulheres. Entre homens, a taxa de mortalidade por suicídio em 2019 foi de 10,7 por 100 mil, enquanto entre mulheres esse valor foi de 2,9. Destaca-se, nesse aspecto, um aumento pronunciado nas taxas de mortalidade de adolescentes, que sofreram um incremento de 81% no período, passando de 606 óbitos e de uma taxa de 3,5 mortes por 100 mil hab., para 1.022 óbitos, e uma taxa de 6,4 suicídios para cada 100 mil adolescentes;
- Os resultados demonstram um aumento consistente nas taxas de mortalidade por suicídio nos últimos 10 anos, com destaque para o maior risco de morte em homens e para o aumento nas taxas de suicídio de jovens;
- O perfil das notificações de lesões autoprovocadas foi de pessoas brancas, do sexo feminino, com baixo grau de instrução e com idade entre 15 e 29 anos, sendo a residência o principal local de ocorrência, e o envenenamento o meio mais empregado para a tentativa de suicídio;
- Importante destacar a associação da presença de transtorno mental com o comportamento suicida, o que ocorre em 80% dos casos;
- O transtorno mais comum é a depressão unipolar ou bipolar, também sendo quadros associados com risco importante o abuso e dependência de substâncias psicoativas e a esquizofrenia;
- Eventos adversos na infância e na adolescência: maus tratos, abuso físico e sexual, pais divorciados, etc;
Desta forma, os fatores não modificáveis necessitam de uma maior atenção e busca de apoio especializado no cuidado à saúde mental.
Fatores modificáveis
Alguns fatores podem ser alterados e, desta forma, servir de ajuda na prevenção do suicidio, dentre eles a presença de transtorno psiquiátrico. Um elevado percentual é apresentado por pesquisas que apontam que 96,8% dos suicídios possuíam história de doença mental com ou sem diagnóstico resultando em não efetivação de tratamento ou que o mesmo tenha sido feito de maneira não adequada a sua psicopatologia. A depressão, o transtorno bipolar, a dependência química, transtornos de personalidade e esquizofrenia são tidas como as mais comuns dentre as demais.
Exemplos de fatores que podem ser modificados, evitando assim o ato do suicidio são:
- Dificuldade quanto à orientação sexual e sua relação familiar (conflitos) e ausência de suporte social;
- Sentimentos tais como: desesperança, desespero, desamparo e impulsividade (principalmente entre os jovens e adolescentes) é um grande fator de risco e abuso de substâncias pode ser mortal;
- A solidão por viver sozinho e o evitamento social;
- Pessoas que estão fora do mercado de trabalho ou com problemas financeiros;
- Profissionais que se aposentam sem um preparo para viverem este momento;
- Moradores de rua;.
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