Abril Azul: Anterior ao diagnóstico existe um indivíduo.
Por: Andressa Riguête e Rivane Montenegro
É fundamental que possamos conhecer de fato sobre as características de um indivíduo portador da Síndrome de Asperger ou Autismo, para que tão somente assim possamos acolher e facilitar o acesso ao nosso meio.
“No DSM-5, o autismo, agora chamado de Transtorno do Espectro Autista (TEA), é definido como um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos. O diagnóstico no DSM-5 é feito com base em dois critérios principais: déficits persistentes na comunicação social e interação, e padrões restritos e repetitivos de comportamento.”
Ressaltamos dois critérios de Diagnóstico do DSM-5 para o TEA:
- 1. Déficits persistentes na comunicação social e interação em múltiplos contextos;
- Um trabalho que precisa ser distribuído e compartilhado socialmente, e não restringindo esse cuidado apenas aos pais. A ausência de reciprocidade social que em sua grande maioria, nos reporta a algo ‘estranho’ compõem o perfil do autista.
- 2. Padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses ou atividades:
- Quando há uma abertura para o autista demonstrar interesse e conhecimento, outros campos são desbravados. Trabalhando assim a liberdade de expressão.
Níveis de Severidade:
O DSM-5 classifica os níveis de severidade do TEA em três categorias:
- Nível 1: Requer suporte.
- Nível 2: Requer suporte substancial.
- Nível 3: Requer suporte muito substancial.
O TEA nos traz desafios no diagnóstico, os critérios do DSM-5 abrem margem de erro, então é necessário primeiramente fazer um trabalho investigativo, não só com a psicologia, mas também com a psiquiatria, a neurologia como em outras áreas da saúde, como a fonoaudiologia, otorrinolaringologista, terapia ocupacional, educadores etc. Por isso, se faz necessário que esse diagnóstico seja realizado a partir da avaliação de uma equipe-multi. Alguns sinais desta condição podem ser percebidos desde a infância, entretanto, atualmente muitas pessoas vêm recebendo esse diagnóstico tardiamente, quando já houve comprometimento para o avanço enquanto sujeito.
É inegável que as pessoas com esse diagnóstico possuem limitações, e que realmente precisamos ter mais disponibilidade, mais cuidado, por serem pessoas mais complexas de lidar. O autismo pode ser pensado como uma possibilidade de refletirmos sobre a alteridade, de quebrarmos nossos preconceitos com aquilo que pode ser diferente. A inclusão, cuidado e auxílio com sujeitos que ainda não tem um arcabouço de ferramentas para participar da troca social, para lidar com suas emoções.
Para além de pensarmos um diagnóstico é necessário cuidar, escutar, partindo de uma postura aberta para aquele modo de ser nessa condição. Sem julgamentos a priori, ou avaliações, é preciso que nos contactemos, pois tão somente assim é possível um tratamento humanizado e próximo de alcançarmos uma condição favorável ao seu bem estar.
Oferecer apoio para sentir-se valorizada para aquilo que ela tenta expressar, à sua própria maneira, já que cada um tem seu jeito próprio de ser e de expressão.
Escolhemos esse tema para encerrar o mês, pois não existe tempo para acolher, para pensar uma demanda que um sujeito possa apresentar, o mês de abril se encerra mas o cuidado precisa estar sempre presente.
Fontes: